Passada no crepúsculo celta da velha Irlanda, quando o mito era lei e a magia uma força da natureza, esta é a história de Sorcha, a sétima filha de um sétimo filho, o soturno Lorde Colum, e dos seus seis amados irmãos, vítimas de uma terrível maldição que somente Sorcha é capaz de quebrar. Em sua difícil tarefa, imposta pelos Seres da Floresta, a jovem se vê dividida entre o dever, que significa a quebra do encantamento que aprisiona seus irmãos, e um amor cada vez mais forte, e proibido, pelo guerreiro que lhe prometeu proteção".
O primeiro livro da trilogia - que inclusive, foi o único que li - e li duas vezes - é um senhor livro! Peguei uma tradução com incríveis 758 páginas (julgo ser portuguesa, pelos raparigas, etc. e tal, rs). A primeira vez que o li, foi há uns 6 anos atrás, peguei a brochura na biblioteca. Já a segunda, li online há pouco tempo. Foram duas experiências incríveis, eu devorei o livro com 3 ou 4 dias. Ele é enorme, mas a leitura é tão envolvente, que quando percebemos, já se foram 30, 50 páginas - e esse é o poder de um bom livro: pode ter o tamanho que for, que não será cansativo. Agora, se o livro não for lá grandes coisas, 50 páginas já serão uma tortura (tenho uma experiência assim, inclusive).
Sobre a capa, ela não é a mais bonita que já vi, mas representa bem a ambientação da história. A escrita, em todo o contexto e âmbitos, é simplesmente excepcional, com uma riqueza de detalhes onde se é necessário, e com singelas explicações em partes delicadas. Agora, simbora lançar uns spoilers. Cuidado.
Filha da Floresta fala de amor, nas suas mais diversas formas. Fala de superação, de fé, esperança. Nossa protagonista, que por sinal, fucking protagonista, comeu o pão que o diabo amassou. Num dia, Sorcha era uma simples menina que corria atrás dos irmãos e que ajudava o povoado com seu dom de curandeira e, no outro, era uma garota sem liberdade e que teve de amadurecer a força. Todos os acontecimentos, no fim, levaram a algum lugar, tinham um propósito. No início, ela ajudara o prisioneiro Simon, que lhe deixou uma lembrança com o símbolo de seu povoado natal. Essa mesma lembrança, foi o que chamou atenção de Red, após encontrá-la e dá-lhe abrigo. Ali começou tudo.
Bem, começara a jornada da pequena Sorcha, em busca da salvação dos irmãos. Eu não conheço a Morugem, mas é descrita como uma flor espinhosa, que causa terríveis dores. Nossa protagonista tinha a missão de costurar seis camisas com as fibras dessa planta, para os seus irmãos, que haviam sido transformados em cisnes. Até aí tudo bem - mentira. Ela deveria completar essa tarefa sem dizer uma única palavra ou sequer emitir ruídos ao chorar, por causa das dores, por exemplo. Aish, ela tinha 13 anos quando essa merda começou. Sozinha na floresta, sem muitas formas de se manter e passando por essa provação dolorosa. Se ela dissesse algo, ou, se mesmo contasse sua história a alguém (seja por gestos ou outra forma), a maldição seria permanente.
Mas porra, como essa maldição começou? Bem, Lord Colum, casou-se com uma misteriosa e suspeita dama, que desde que chegara a Sevenwaters, só trouxe desgraça. Era claro, não para ele, mas para todos os outros. A dama, que mais tarde revelaria-se algo como feiticeira, bruxa ou um espectro demoníaco do caralho, tinha-o na palma da mão, controlava-o (assim como o segundo filho de Lord Colum, Diardmid).
Numa infelicidade, ela encontrou os irmãos reunidos próximos a um lago distante da propriedade de Colum, surpreendendo-os. Ali, lançou-lhes a maldição, mas Sorcha conseguiu fugir e encontrar ajuda, da Dama da Floresta, que lhe passou a forma de quebrar o feitiço. Após isso, foi só ladeira abaixo.
Mesmo amaldiçoados, seus irmãos poderiam voltar a forma humana por uma noite - em duas vezes ao ano - até a tarefa ser concluída. Em uma dessas vezes, Sorcha estava sozinha e teve um dos piores dias de sua vida: fora estuprada por dois homens na floresta. Seus irmãos só apareceram a noite, que era como acontecia a transformação. Encontraram-na na caverna e foram atrás dos desgraçados, matando-os. Bem, o leite já estava derramado e o trauma instaurado. A autora soube abordar bem essa situação e o psicológico da personagem em todo decorrer da estória.
Após isso, ela saiu da caverna, foi guiada pelos espíritos da floresta a outro local, mas, não esperava por algo: fora encontrada por outro homem, mas um homem bom, que a salvou de se afogar. Obviamente, ela tinha medo e tentou fugir, mas não havia muito o que fazer, uma menina, contra um homem. Assim começou a sua jornada com Red, John e Ben.
Red, ao mexer na sacola de Sorcha, além das blusas e fibras, encontrou a lembrança de Simon, que descobriríamos mais para frente, ser seu irmão. Como Sorcha não podia falar como tinha conseguido aquilo, ela teve de ir com ele para a Bretanha. Red sempre foi muito bom para ela, nunca ultrapassando a linha, os limites, sempre respeitando-a, mas mantendo-a próxima de ti e sob a condição de que a libertaria, assim que ela pudesse falar e falasse sobre a história com Simon, que ninguém sabia onde estava, se estava vivo ou morto. Logo, Red a forneceu tudo o que fora necessário, para cumprir sua tarefa, que ele não sabia muito bem para que serviria, mas tinha ideia de que era importante.
Sorcha ficou muito tempo na Bretanha, passou por maus bocados, encontrou o tio de Red, Richard de Northwoods, que inclusive, é um desgraçado do caralho, mas curiosamente, eu sempre imaginava-o como o personagem Hans Landa de Bastardos Inglórios, interpretado pelo excelentíssimo Christoph Waltz. Tá legal que ele era um desgraçado do caralho também? Sim, kkk, mas era engraçado às vezes. Eu acho-os parecidos pela abordagem que utilizam, chegando como quem não quer nada, cutucando aqui e ali, etc. e tal.
Uma surpresa aqui, foi a prima e noiva de Red, que não fora uma megera. Na real, ela nem ligava para ele, amorosamente falando, rs. E, falando de amor, o sentimento de Sorcha e Red cresceu singelamente, ainda mais da parte dela. Ela tinha medo de homens, mas não tinha dele. Quando percebeu, amava-o ardentemente, como diria nosso querido Mr. Darcy, de Orgulho e Preconceito. o grito que ela deu, ao vê-lo sob risco de morte, arriscando, inclusive, a tarefa que tanto dor e tempo lhe custara, custando a liberdade dos irmãos; a despedida na praia, tocando o seu coração e depois o dele. Gente, eu realmente amo um amor e um casal.
Sobre o final, achei que foi interessante, deixou abertura para os próximos dois livros e terminou com ao menos alguém feliz. Embora sofrera 600 páginas, teve o final com o homem que amava, que abandonou tudo, para estar ao lado dela. O meu único pesar, é as continuações não focarem neles (ao menos imagino que não, baseando-me na sinopse do livro dois).
Queria mais deles e mais dos irmãos. Afinal, para onde foi Finbar? Penso que ele virou cisne por completo.
Enfim, termino aqui minha resenha, não tão resenhada assim, rs, mas espero melhorar nas próximas. Desculpe-me pelos xingamentos, mas alguns personagens me estressam, hehe'. Bem, caso a gente não se veja, já sabe: bom dia, boa tarde e boa noite. Fuuuuuiii.
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