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Dom Casmurro, Machado de Assis



Ler Dom Casmurro foi um grande acontecimento na minha vida. Apesar de eu sempre ter escutado falar sobre esse clássico, de conhecer a minissérie de 2008 e de escutar "Capitu traiu ou não Bentinho?", eu só fui ler esta obra neste ano e fiquei apaixonada


Dom Casmurro é também a primeira obra de Machado de Assis que leio, e já espero ler outras, rs, pois eu realmente gostei da escrita do autor e entendo o porquê dele ser um dos, senão o maior, nome da literatura brasileira. Machado é muito perspicaz, irônico e envolvente, e seu texto é muito rico e cheio de referências. Ele cita bastante Shakespeare, adoro a passagem de Macbeth, "Tu serás rei, Macbeth" e então "Tu serás feliz, Bentinho"... mas, especialmente, as referências à Otelo e seu também dilema de traição, embora este seja bem mais trágico e tenha um contexto diferente. 


Publicado em 1899, este romance possui um narrador-personagem chamado Bentinho, que narra suas memórias ao escrever um livro, o Dom Casmurro, que é também um apelido nada carinhoso que recebera de um rapaz de seu bairro. Ele nos diz para não consultarmos o significado de "casmurro" no dicionário, porque nele, o significado teria um sentido diferente, já que ele foi chamado assim por ser "calado e metido consigo". Pessoalmente, eu não consultei o dicionário, mas consultar pode dar uma outra visão ao leitor, especialmente por se tratar de uma obra que gera muitas discussões mesmo após mais de 100 anos de publicação. Eu recomendo que você consulte após ler toda a obra. 


Agora, sem mais delongas, um breve papo sobre essa incrível obra de Machado de Assis. Contém spoiler




Não irei me aprofundar muito, mas há alguns pontos que eu gostaria de comentar. Dom Casmurro é um livro com muitos capítulos, geralmente bem pequenos, e em 95% das vezes, não perde o ritmo, é excelente. Mas houve uns 5% de momentos em que eu me desconectava da história, pois o texto parecia desviar um pouco da trama principal, mas que entendo que são pontuais o suficiente para compreendermos a personalidade dos personagens. 


Também demora um pouco para chegar nos finalmentes, que quero dizer, neste caso, o casamento de Bentinho com a Capitu. Até lá, mais da metade do livro é sobre o dilema do seminário, se Bentinho irá se tornar padre ou não e como ele poderia seguir outro caminho. Mas isso não é ruim, pois é um espaço para a construção dos personagens, o momento de conhecermos as mentes e formas de agir, especialmente o núcleo principal, e também suas realidades e vivências. Capitu já era uma garota mais madura para a sua idade, era segura de si, muito bonita, muito prendada, com uma realidade diferente da de Bentinho, que era um garoto mais inseguro, filho único, vindo de uma família com excelentes condições, e que estava com o destino praticamente traçado. 


Era suposto que Bentinho se tornasse padre, até ele ter o seu despertar para o amor. Ele e Capitu se descobrem apaixonados e, juntos com José Dias, o agregado, começam a elaborar um plano para que o garoto não vá para o seminário. Todavia ele vai, fica por um tempo e então conhece seu grande amigo Escobar. Porém, nos 45 minutos do segundo tempo, consegue de desvencilhar da promessa e vai estudar Direito em São Paulo. Cinco anos depois, retorna doutor e casa-se com sua amada Capitu. 


Capitu e Bentinho têm um casamento feliz, mas essa felicidade parece não ser o suficiente, já que ambos queriam muito ter um filho, sem sucesso. Em contrapartida, seu amigo Escobar, agora casado com a melhor amiga de Capitu, Sancha, tem uma filha pequena e parece ter um casamento completo. Essa infelicidade perdurou por um tempo, e era aumentada sempre após as visitas à casa de Escobar. Porém, um belo dia... Capitu engravida e pouco tempo depois dá à luz Ezequiel e assim o grande elefante entra na sala





Quando Ezequiel nasce, o casal fica realizado e feliz. Todavia, na medida em que o menino cresce, algumas questões começam a ser levantadas, outras apenas percebidas, e tudo piora após a trágica morte de Escobar, que morrera afogado no mar. Antes de entrar nesse complexo assunto, é muito bom frisar que Dom Casmurro é contado na perspectiva de Bentinho, então não dá para saber até que ponto o que ele diz é verdade, ou, se há algum viés, ou se ele está simplesmente cego pelo ciúmes ou se ele está são e completamente certo. A verdade acaba sendo uma incógnita. Ainda, a imagem  que Bentinho tem de Capitu, é construída desde a infância, com as situações que eles vivenciaram, com coisas que ele viu e principalmente, com coisas que ele ouviu falar. 


Da perspectiva de Bentinho, algo não parecia muito certo, mesmo antes da morte de Escobar  mas suas dúvidas atingiram o ápice, com certeza, após o óbito, que foi onde ele começou a achar que sua esposa tinha um caso com seu melhor amigo. No velório do dito cujo, Bentinho achou o comportamento de Capitu estranho e a partir daí tudo desandou. Porém vale ressaltar que, ele já havia achado estranho os maneirismos de Ezequiel, que eram muito parecidos com os de Escobar, e começou a achar que sua mãe, Dona Glória, estava sendo fria e distante com Capitu e o neto.  


Houve também um fatídico dia em que Capitu disse que estava doente, e que não poderia ir ao teatro com Bentinho, que então foi sozinho. Porém, Bentinho retornou para casa antes da peça terminar e ao chegar em casa, encontrou Escobar no corredor e, Capitu já acordada, disposta. O amigo disse que passou lá para conversar sobre algo urgente do trabalho, mas Bentinho julga no livro que "não era nada sério". Já Capitu, disse que havia sarado. 


Esses e talvez outros acontecimentos que eu possa ter esquecido, alimentaram e muito as dúvidas e desconfianças de Bentinho  e do leitor. Porém, como comentei, a imagem que Bentinho tem de Capitu foi construída com as vivências e com um pouquinho de viés. José Dias, o agregado, é uma peça fundamental em tudo isso, pois ele planta a sementinha da desconfiança no jovem Bentinho, ao dizer sobre "os olhos de cigana oblíqua e dissimulada" de Capitu, que acabam entrando na mente do protagonista, que começa a reparar em como a amada se recompõe e se comporta de maneira muito racional e de fato, um pouco dissimulada, haha, em frente a algumas situações mais complicadas. 


Porém, há um episódio em que, já no seminário, Bentinho escuta de José Dias que Capitu andava muito alegre... "[...] tem andado alegre, como sempre; é uma tontinha. Aquilo, enquanto não pegar algum peralta da vizinhança, que case com ela...". O interessante é que o capítulo em que ocorre essa passagem se chama "Uma ponta de Iago", um personagem muito importante da obra de Otelo. Logo, Bentinho não ficou feliz com essa notícia, porque ele "chorava todas as noites" com saudade de Capitu. A situação piora quando em uma de suas visitas à rua de Matacavalos, Bentinho percebe Capitu trocando olhares com um rapaz da região e isso o deixa transtornado, que fica com raiva e vai embora. 


Temos então a persona de Bentinho, que desde jovem, já demonstrava esse temperamento mais inseguro, ciumento, possessivo e diria até que obsessivo. Compreender essa parte da personalidade de Bentinho, é tão importante como compreender a personalidade mais "dissimulada" de Capitu, pois é isso que torna essa obra tão complexa, instigante e maravilhosa, porque temos dois personagens igualmente complexos. 


As desconfianças de Bentinho têm uma raiz mais profunda, e atingiram seu ápice na vida adulta. Para o protagonista, Capitu não somente o traíra com seu melhor amigo, mas também tivera um filho com ele, Ezequiel. Então a dúvida sobre a fidelidade e paternidade o leva a um espiral de melancolia e amargura que resulta na dissolução do casamento e no isolamento de Bentinho, que se afasta completamente de Capitu e também de Ezequiel. 





Quando falamos em Dom Casmurro, de imediato pensamos na emblemática pergunta: "Capitu traiu ou não Bentinho?", e como eu disse, não tem como saber. Há evidências que indicam que sim, e há evidências que indicam que não. Todavia, o que é concreto e palpável, é a maneira com a qual Bentinho escolheu lidar com Ezequiel, uma criança que o considerava seu pai. 


Quando começam as desconfianças, Bentinho mesmo morando com Capitu e Ezequiel, fica cada vez mais isolado, confinado em seu escritório. Ezequiel muito carinhoso, ia sempre abraçar e beijar seu pai, que já não o olhava com os mesmos olhos, pois ao olhar para o garoto, via Escobar, porque para Bentinho, Ezequiel era a cara do defunto e tinha seus maneirismos (jeito de andar, de virar os olhos, o comportamento mais enérgico). Ele inclusive sugere que Ezequiel vá para um internato, coisa que acontece, e o garoto só retornava para a casa aos sábados. 


Com a mente pilhada e cada vez mais obsessivo, Bentinho decide que a solução para todos os seus problemas é se matar. Então ele compra um veneno, faz uma última visita à sua mãe e familiares e ainda vai ao teatro, que curiosamente estava passando Otelo (o que o deixa ainda mais pilhado). Por fim, no dia seguinte, ele derrama o veneno em seu café para tomar, mas ao escutar a voz de Ezequiel, pensa que de repente, seria melhor matar o garoto. Essa cena é um caos. 


"Ezequiel abriu a boca. Cheguei-lhe a xícara, tão trêmulo que quase a entornei, mas disposto a fazê-la cair pela goela abaixo, caso o sabor lhe repugnasse, ou a temperatura, porque o café estava frio... Mas não sei que senti que me fez recuar. Pus a xícara em cima da mesa, e dei por mim a beijar doidamente a cabeça do menino. 

— Papai! papai! exclamava Ezequiel. 

Não, não, eu não sou teu pai!"

(p.135-136)


Neste exato momento Capitu entra na sala e então o casal tem a discussão que há muito estava sendo adiada: a suposta infidelidade de Capitu e a verdadeira paternidade de Ezequiel. Obviamente Capitu fica ofendida, porém não faz tanto esforço para se defender. Após isso, Capitu e Ezequiel vão morar na Suíça, Bentinho continua no Brasil e, quando viaja à Europa, não os visita. Anos passam, Capitu falece e, Ezequiel já um jovem, visita seu pai. Eles almoçam juntos, conversam e Ezequiel fica por 6 meses com Bentinho, até decidir ir viajar. Bentinho paga as despesas da viagem, para se livrar do garoto, que acaba falecendo de febre tifoide em Jerusalém. 


Bentinho passou a vida inteira longe de Ezequiel, por achar que ele não era seu filho. De fato, há essa possibilidade, o garoto é muito parecido com Escobar, ainda mais adulto, que até a voz e a "mente aritmética" lembram as do defunto. Todavia, achismo não é certeza. Eu entendo os sentimentos de Bentinho, mas Bentinho como adulto não pensou em nenhum momento nos sentimentos da criança. O que Ezequiel deve ter sentido com a repentina ausência de seu pai? E sem saber o porquê? Porque para ele, Bentinho era sua figura paterna.


Portanto, nesse balaio de gato, quem mais saiu prejudicado foi justamente a criança, um ser totalmente inocente. Muito se diz sobre quem realmente é pai, se é o biológico, se é quem cria, e eu tenho para mim que é a segunda opção. Ezequiel sendo seu filho biológico ou não, ainda era seu filho. Ele via Bentinho como pai e o amava incondicionalmente e, a recíproca era verdadeira. Eles viveram assim durante a infância do garoto, mas Bentinho simplesmente esqueceu tudo isso ao dar ouvidos unicamente às suas dores. Claro, seria difícil de conviver com essa possibilidade, ainda mais considerando o estado mental de Bentinho, mas poderia-se dar um jeito. Sei que era mil oitocentos e bolinha, mas Bentinho e Capitu poderiam viver separados, e obviamente Ezequiel viveria com ela, e Bentinho poderia continuar sendo sua figura paterna, visitando ele de tempo em tempo. Claro, já que estamos trabalhando com a possibilidade de ele não ser seu filho, já que Capitu nunca admitiu nada. 


Se de fato ela confirmasse, poderia-se continuar essa proposta ou poderia-se contar a dura verdade ao garoto, de que Bentinho não era seu pai, e então homem e criança poderiam seguir em frente (a criança sairia obviamente machucada, mas teria uma resposta para o repentino afastamento). Crescer sabendo que seu pai está longe e que não se importa em te ver, deve ter aberto um grande vazio no coração desse menino que, mesmo assim, foi o visitar já jovem, com um grande sorriso no rosto. 




Bem, não poderia encerrar essa resenha emocionada, sem ao menos dar minha opinião sobre a suposta traição.  Como eu disse, não dá para ter certeza se ocorreu ou não, mas quando terminei a leitura, terminei achando que Capitu havia traído. Porém, depois de digerir um pouco mais esse livro, essa então certeza ficou mais nebulosa, pois o livro é escrito pelo Bentinho e contém somente sua perspectiva. Ele pode ter visto coisa onde não tinha, sem contar que Bentinho era claramente uma pessoa insegura, ciumenta e obsessiva. Entretanto, todavia, acho que é muito fácil simplesmente taxar o cara de louco e dizer que não houve traição nenhuma, rs, por isso é tão complexo. 


Hoje em dia, fico um pouco dividida, mas ainda tenho tendência a ir mais para o lado de que, de fato, Capitu traiu, e tenho essa sensação por conta de alguns trechos. 


  1. Ezequiel era muito parecido com Escobar, e não acho que isso tenha sido coisa da cabeça de Bentinho, já que a própria Capitu reconhecia isso, e até outras pessoas, como a vez em que foi dito que Ezequiel e a filha de Sancha e Escobar eram muito parecidos. As pessoas costumam dizer que se Capitu era parecida com a mãe de Sancha, então Ezequiel poderia ser parecido com Escobar também, mas não seria estranho uma coincidência dessas? Tanta gente parecida, sem ter laço sanguíneo algum, em uma mesma região? 
  2. José Dias sempre pedia à Capitu, fotos do jovem Ezequiel — enquanto eles estavam na Suíça — e ela nunca mandou. Por quê? Por que ele estava cada vez mais parecido com Escobar?
  3. Há a possibilidade de Bentinho ser estéril, já que ele e Capitu tentaram engravidar por anos, e quando conseguiram, foi somente uma vez (Ezequiel).
  4. Há a fatídica cena de Escobar no corredor. Sinceramente, a questão é toda muito duvidosa. 
  5. Capitu não fez muito esforço para se defender, ao ser confrontada por Bentinho. 
  6. Escobar era, possivelmente, um homem infiel, pois há um relato de que ele possa ter traído Sancha com alguém do teatro. Se aconteceu, isso diz mais sobre ele, do que sobre os outros, é verdade, mas de dois, já sabemos que um possivelmente gosta de galhar o cônjuge, hehe. 
  7. A frieza da Dona Glória com Capitu e Ezequiel. Mãe toma a dores dos filhos e essa frieza pode ter ocorrido após ela começar a suspeitar da infidelidade e da paternidade. Poderia ser ciúmes do filho? Poderia, mas isso solucionaria a frieza com Capitu, e não com a criança. 

Enfim, haha, é complexo e não dá para ter certeza. Eu apresentei esses pontos, mas quem acha que Capitu não traiu tem outros pontos bem legais também — e essa incerteza é uma das coisas que torna essa obra tão gigantesca e atemporal. 


Há uma teoria que pessoalmente adoro — de que, sim, Capitu traiu, mas na intenção de dar um filho a Bentinho, que possivelmente era estéril. O casal tentava há anos ter um filho, sem sucesso, e isso os deixava muito tristes, era algo que faltava para tornar o casamento ainda mais completo. Isso responderia muitas questões, mas se Capitu e Escobar gostaram da coisa e continuaram se encontrando, é um mistério (ou não, porque temos a cena do corredor, haha).


Enfim, grande Machado de Assis, que nos presenteou com essa obra incrível, instigante e emblemática. 












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