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Leituras de 2024



2024 foi definitivamente um ano agitado para mim, especialmente no contexto da faculdade. Precisei começar o estágio, tive muitos trabalhos e atividades e li muitos artigos científicos. Então quando paro para pensar, 2024 foi um ano de leituras. Eu li muitos textos científicos e li também 4 romances (um ficou escanteado).


Agora, escrevendo esse artigo, fico feliz ao perceber que consegui manter o hábito da leitura, mesmo em meio a correria do dia-a-dia. Não foi fácil, eu quis gritar igual sirene (huehue), mas estamos aqui. Então sem mais delongas, simbora (e com spoilers).





Lançado em 1844, "O Conde de Monte Cristo", de autoria de Alexandre Dumas, é um grande clássico da literatura francesa e mundial. Possui uma história muito marcante sobre vingança, injustiça e redenção, com uma escrita super fluída e instigante (mesmo com suas 1300 páginas). Consequentemente, essa obra foi — e continua sendo — inúmeras vezes adaptada para outras formas artísticas, como o cinema, sendo ainda inspiração para outras obras. 


Quem me conhece sabe que eu sou apaixonada pela história de O Conde de Monte Cristo, mas meu primeiro contato com a história não foi pelo livro, e sim pelo cinema. Eu assisti a versão de 2002 com o Jim Caviezel e me apaixonei perdidamente por essa obra, logo, corri atrás da versão literária e aqui estamos nós. Eu comprei a edição da Martin Claret há uns 4 anos, mas foi só em 2024 que criei coragem para ler esse calhamaço, afinal, o tamanho dessa belezura assusta, haha. Eu comecei a ler ele em fevereiro, mais ou menos, e só terminei por volta de abril, porque eu estava bem arrochada com a faculdade e porque o livro é realmente grande, 1300 páginas não é brincadeira.


Sobre a obra, ela dispensa comentários, Alexandre Dumas fez um trabalho magnífico, instigante e cheio de referências  e sua escrita é absolutamente apaixonante. Todos os personagens são muito interessantes, de Dantès a Benedetto. Eu fiz uma resenha comparativa entre o filme de 2002 e o livro, e se você quiser ler, é só clicar aqui


Esse clássico francês é todo amarradinho, com um protagonista misterioso, inteligente e perspicaz, e com uma trama que não perde o ritmo em momento algum. Tem plot twist e tem eita atrás de vixe; Tem momentos para o leitor se emocionar e tem momentos que o deixam sem respirar. Muitas vezes, durante a leitura, meus olhos se encheram d'água, como quando Edmond salva a família Morrel, ou mesmo a cumplicidade com o Abade Faria... ou quando Mercédès chama o Conde de Edmond, pois, poxa, há quanto tempo ele não era chamado pelo nome verdadeiro? Em muitas vezes também senti meu coração acelerar: o trecho em que o Conde fala sobre a noite em que o Benedetto foi roubado e a senhora Danglars entra em pânico... ou o próprio Benedetto se revelando filho de Villefort em seu julgamento. Absolute cinema, meus amigos. 


1000/10.

"É preciso ter querido morrer, Maximilien, para saber como é bom viver".




De autoria de Emily Brontë, O Morro dos Ventos Uivantes é um clássico da literatura inglesa e mundial lançado no ano de 1847. Aliás, é o único romance da autora, o que é muito triste, porque ela era realmente diferenciada. A escrita da Emily é simplesmente maravilhosa. 


Eu demorei a ler esse livro, pois acabei lendo alguns comentários sobre como a história era "densa", meio tóxica, haha. De qualquer modo, um belo dia criei coragem e embarquei na leitura — e não parei mais. De fato, os personagens são bem caóticos, especialmente os principais. Catherine Earnshaw e Heathcliff têm um relacionamento no mínimo problemático, onde um machuca o outro deliberadamente. É bem difícil de gostar da Cathy, particularmente não gosto, e o Heathcliff é bem odiável na maioria das vezes.  


Entretanto, adoro toda a narrativa, os aspectos da literatura gótica, a escrita da Emily Brontë, que é bem diferente do que eu esperava para um livro publicado em mil oitocentos e bolinha, adoro que os personagens são desbocados e eu dei boas risadas em muitos momentos. "o capeta levô a arma dele - exclamou o velho - e por mim ele deve de levá a carcaça dele tamém, de contrapeso (...)" kkkkkkkkkk.


O Morro dos Ventos Uivantes tem dois personagens principais que me dão dor de cabeça, haha, mas também tem personagens que eu realmente gosto, especialmente o querido do Hareton Earnshaw. Gostei que ele pôde encontrar seu 'final feliz'. Apesar dele ter crescido em um ambiente hostil, sendo alvo de uma vingança que deveria ser direcionada ao seu pai, ele se tornou um homem de bom coração.


Eu estou macetando Cathy e Heathcliff, mas ele são bons personagens, obviamente. Bem construídos, especialmente o Heathcliff, e protagonizam esse clássico atemporal que inspirou uma das minhas músicas favoritas da vida: Wuthering Heights (que amo na versão do Angra, na original da Kate e com o cover da Anna Maz).


1000/10




O Retrato de Dorian Gray é um clássico da literatura inglesa e mundial muito conceituado. De autoria de Oscar Wilde e lançado em 1890, essa obra tem uma pegada diferente das citadas anteriormente, é mais introspectiva, tem um viés mais filosófico e psicológico, mas diria que também tem elementos da literatura gótica. 


Oscar Wilde constrói um personagem complexo, que, influenciado por outra pessoa, acaba entrando em uma vida totalmente diferente da que conhecia, se tornando assim, uma pessoa igualmente diferente. Dorian Gray era um jovem inocente, doce e extremamente belo, que tendo seu despertar para o mundo e, também o despertar de si mesmo, tomou decisões muito ruins que tiveram consequências desagradáveis.


A premissa aqui está em como o retrato refletia a alma do personagem, quem ele de fato era e se tornara por dentro. Mesmo com as escolhas duvidosas e horríveis da vida, Dorian continuava belíssimo fisicamente, mas toda a podridão de sua alma era refletida no retrato, que por fim, se tornara um monstro, tal qual seu dono. 


Oscar Wilde escreveu uma obra brilhante e entendo totalmente o seu valor, mas confesso que em alguns (pouquíssimos) momentos da narrativa, ela se tornava um pouco cansativa. Portanto...


9/10



Lançado em 1996 — mais de cem anos depois do último citado A Guerra dos Tronos é o primeiro livro da inacabada série literária de George R. R. Martin, As Crônicas de Gelo e Fogo. É um romance de fantasia muito bem escrito e equilibrado com aspectos sociais e políticos, o que torna essa narrativa ainda mais interessante e instigante. 


Muita gente conheceu a obra literária após ela ser adaptada como série pela HBO (me incluo nessa), se tornando uma das séries mais aclamadas de todos os tempos: Game of Thrones. Lembro que as temporadas de GOT eram um evento, haha, todo mundo só falava nisso, mas eu mesma só fui assistir após o fim. 


A Guerra dos Tronos e a primeira temporada de Game of Thrones são praticamente iguais. É provavelmente a temporada mais fiel. Dito isto, que primor, meus amigos. Ler esse livro foi de uma nostalgia tremenda, sem contar que a escrita do George R. R. Martin é totalmente instigante. Amei rever personagens que eu amo, entrar na "cabeça" deles, Arya é minha protegida, inclusive. Mas minha surpresa foi ter uma percepção diferente da Sansa, que eu achava muito passiva e emocionada na série (na primeira temporada). Mas aqui percebo ela sim, como uma garota meio inocente e fantasiosa, mas também que sabe se posicionar, mostrar suas garrinhas. É verdade que ela tomou uma atitude bem ruim ao ir atrás da Cersei, mas ela não fez por maldade. Entrar na "cabeça" da Sansa, principalmente após a morte do pai, nos faz perceber o quão mais esperta ela ficou, astuta, observadora e estratégica. Aquele mundo de fantasias ruiu e ela agora está entrando no jogo dos tronos. 


Eu tenho muita vontade de continuar lendo os livros, para ver esse amadurecimento da Sansa. Ainda, não poderia deixar de mencionar o icônico sor Barristan Selmy, meu outro protegido, e o fecho que ele deu no Joffrey: 


"Nada temam, sores, seu rei está a salvo... mas não graças a vocês. Mesmo agora, poderia abrir caminho através dos cinco tão facilmente como um punhal corta o queijo. Se aceitam servir às ordens do Regicida, então nenhum de vocês é digno de usar o branco. - Atirou a espada aos pés do Trono de Ferro. - Tome, rapaz. Funda-a e junte-a às outras, se quiser. Fará melhor serviço que as espadas nas mãos destes cinco. Talvez lorde Stannis se sente em cima dela quando lhe tomar o trono. (p.347)". OUSADOOOOO. 


Enfim, 

10/10.




Esses foram os 4 livros que li em 2024, finalmente pude ler alguns dos livros que estavam guardados há muito tempo na minha estante e fiquei muito feliz. 


Infelizmente não consegui concluir a 5ª leitura, A Fúria dos Reis (George R. R. Martin), mas não decidi abandonar totalmente. Estou refrescando minha mente com outras leituras menores e pretendo terminar esse segundo livro da saga. Todavia, não sei se irei ler os outros livros, pois, veja bem, faltam dois livros para sair e não tem nem cheiro deles, é muito provável que eles não vejam a luz do dia, o que é uma pena :(


Enfim.



  

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